O Sabio


Não te direi mais nada. Nada mais te revelarei.
Deixarei que as horas cantem, lamentem e repliquem em vão. 
Não ouvirei mais nenhuma voz. 
Instruirei meus ouvidos para uma única atenção. 
A de se importar somente uma vez.
Mas deixarei o coração sempre atento.
O alerta soará quando o ultimo dos mortais tiver a ousadia de simplesmente não se esquecer de si.
Meu canto continuará te convidando.
Mas meu pranto não sessará de molhar a terra, forçando-a a germina.
Deixarei que invada meus poros a dentro,
como o suor que volta em busca de abrigo.
Te contarei as mil e uma noite que despertei sozinho
a procura de te em meu peito.
Se quiseres, poderais de novo descansar sobre ele
e assim, não dizermos nada.
Mas ai de te se te esqueceres de vós!
Ai de vós se te esqueceres de te!
O perdão é a penas a amostra grátis de uma piedade
que curva-se diante da miséria alheia.
Eu apenas me curvarei diante do Amor.
O ódio é apenas um bichinho de peluça brincando de lobo mau. 
Vou mais uma vez esquecer que me lembrei de te.
Vou partir e deixar de rastro, o pó de minhas pegadas.
Sabe lá, quem tentará me seguir.

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